quarta-feira, 10 de abril de 2013
"Arrumei minha casa, finalmente. Deitei no sofá, tomei um café e comecei a ler um livro novo. As coisas não estão tão mal, mas também não estão tão bem. Sinto que falta alguma coisa. Tenho o peso do mundo nas minhas costas, são quilos de sonhos que eu não pude realizar por conta da minha fraqueza. Passei muito tempo olhando a vida de uma janela grande até que daria pra eu pular e ir viver também, mas não fui, peguei um caderno e comecei a escrever. Perdi muito tempo falando do que não sei em vez de ir descobrir. Já dizia Cazuza que o tempo não para, não para não Caju, não para mesmo. Umas colegas minhas me ligaram me chamando pra sair hoje, beber alguma coisa, dançar e conhecer uns caras, segundo elas “coisas que qualquer jovem fogoso faz”, mas eu não sou fogosa, e não sou jovem tenho setenta anos de decepção agarrados nos meus pés, que junto com os sonhos nas minhas costas me impossibilitam de andar pra frente ou pra qualquer outra direção. Eu bem que tentei argumentar isso com elas, mas recebi como resposta um resmungo, eu pedi calma e um tempo pra ficar só e elas me disseram que eu iria ter esse tempo pra sempre. Ok. Eu já esperava esse tipo de resposta porque sempre foi típico das pessoas que me cercam hesitarem em continuar em situações desse tipo, quando eu começo com as minhas crises existências. Daqui um tempo acho que não existirei mais. Vaguearei pelas ruas com meu moletom marrom e meu diadema, minha bolsa com uns papeis uns livrinhos de poesia, e a minha tonelada de vontades e decepções no ombro me fazendo não só andar devagar como não poder me apoiar em ninguém."
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário